O ano e a vez da Netflix

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Como toda criança dos anos 80, passei bastante tempo dentro de uma locadora de filmes. A rotina era a mesma: todo sábado, depois de almoçar no vô, era hora de ir à Vídeo Show alugar filmes. A tradição se estendeu por muitos e muitos anos, a paixão por filmes, na verdade, era do vovô, que adorava assistir a um filme de ação ou policial no sábado à noite, uma comédia no domingo e um romance a qualquer hora. A família toda acompanhava “a saga do filme”.

Com o tempo e a facilidade em se adquirir os DVDs, vovô foi aos poucos trocando a locadora pela aquisição de filmes. Até porque gostava de assistir várias vezes ao mesmo longa. Fez uma coleção grande de DVDs, guardados em estojos de pano. Já no fim de sua vida, meu irmão chegou para ele com uma novidade: Netflix. Ele me perguntava: “todos os filmes tão aí, nega?”. E ele não acreditava que poderia escolher entre filmes e séries e assistir a qualquer hora, sem precisar levantar para trocar o CD no aparelho.

Assim como meu avô, muitas pessoas descobriram o prazer e a facilidade de assistir a filmes e séries no site Netflix. Pode até parecer propaganda, mas é fato que a empresa ganhou de vez o mercado. Em 2017, a Netflix ultrapassou a marca de 100 milhões de assinantes, sendo metade fora dos Estados Unidos. Com produções próprias e lançamentos, além de somente reproduzir, o site também passou a investir em filmes/séries.

Em retrospectiva divulgada pelo site, cada assinante da Netflix assistiu, em média, a 60 filmes em 2017. Sendo que a média diária de transmissão beira as 140 milhões de horas, o que equivale a 1 bilhão de horas por semana. O Brasil foi o sexto colocado no ranking mundial de pessoas que assistem à Netflix todos os dias.

Vivian Guilherme

A autora é jornalista, mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), graduada em Letras e pós-graduada em jornalismo contemporâneo. Produtora musical e técnica em áudio profissional, foi eleita Personalidade Musical do Ano (2008 e 2011) pelo Prêmio GRC Music (extinto Prêmio Toddy de Música). É criadora do Festival Rock Feminino e webmaster do Rockfeminino.com.br.

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