Nata Nachthexen: a voz da Manger Cadavre

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Nata Nachthexen é a vocalista da banda Manger Cadavre ?, um dos grandes nomes do hardcore punk brasileiro. Com sua voz poderosa e letras carregadas de crítica social, Nata se destaca como uma figura de resistência e ativismo na cena musical. À frente da banda, ela dá vida a temas que abordam injustiças, desigualdade, violência e opressão, usando a música como ferramenta de denúncia e transformação. Sua presença no palco é intensa e visceral, refletindo a essência do punk: luta, questionamento e atitude. Trocamos uma ideia com ela e perguntamos sobre música, mulheres no rock e muitos assuntos aleatórios. Confira:

Nome artístico: Nata Nachthexen

Idade: 37 anos

Instrumentos que toca: Guitarra (iniciante)

Instrumentos que gostaria de tocar: Bateria

Como era a Nata na adolescência, o que você imaginava e sonhava conquistar? 

Era uma adolescente apaixonada por punk e entusiasta da música, ao mesmo tempo que era estudiosa e queria ter uma vida melhor, fazendo faculdade, tendo uma profissão normal… 

Quando e como surgiu a vontade de formar uma banda de rock? 

Na adolescência, toquei baixo em uma banda que transformava clássicos do rock em punk… éramos os DESTRUIDORES DE CLÁSSICOS. Me colocaram na banda sem saber tocar, mas como eram apenas três acordes, fui decorando o que me ensinavam.

Você teve outras bandas antes da MC, como foi esse começo? 

Banda de verdade, só o Manger mesmo, essa na adolescência durou alguns shows na escola e em um bar da cidade, chamado Thelema. Foi uma época divertida.

Você é uma das fundadoras da MC, como foi esse embrião, como os integrantes se conheceram e a afinidade entre vocês?

A banda foi formada pelo Marcelo, baterista, que é meu melhor amigo e com quem trabalho no Soco na Fuça Produções, produtora de eventos de pequeno porte de metal e hardcore. A ideia dele era passar um tempo entre amigos e queria que fizesse parte, mas como eu não tocava nada efetivamente, ele sugeriu que eu tentasse fazer um vocal berrado ou urrado. A primeira formação contava com seis pessoas, não durou muito, pois começamos a ter muitos shows, e logo nos tornamos um quarteto.

Quando começaram a banda imaginavam que ela teria essa repercussão? 

Achávamos que tocaríamos apenas na Hocus Pocus, casa clássica aqui da cidade. Mas as coisas foram acontecendo muito rápido… e cá estamos 14 anos depois, tendo conhecido todas as regiões do Brasil, alguns países da América Latina e Europa. Uma loucura só! rs

Além de vocalista de uma banda de metal, você também tem um papel bastante atuante na defesa da participação das mulheres no rock. Como você vê o cenário atualmente? E em quais projetos está trabalhando atualmente? 

O cenário está muito rico, com muitas bandas tendo destaque por sua qualidade. Tive o projeto União das Mulheres do Underground, que mapeou cerca de 700 bandas ativas com mulheres na formação em nosso país. A ideia era dar a resposta de que SIM, existem bandas com mulheres e bandas excelentes! Era um coletivo com mulheres de todas as regiões do Brasil que trabalhava nessa pesquisa. Por falta de tempo, acabamos encerrando e atualmente apenas registro apresentações de bandas com mulheres e subo no Instagram e YouTube. 

Tive também o programa Blasfêmea, dentro do Canal Scena, em que eu e a Sirlene falamos de música de forma descontraída. Mas o canal está suspenso no momento, sem previsão de volta. Atualmente, fora da banda, meus únicos projetos são o Soco Na Fuça, com o qual continuo produzindo eventos, o Scena Lab, braço de Booking do Canal Scena e a Porkys, festa anos 80 e 90 que produzo e discoteco.

Quais os novos projetos da MC e o que está por vir?

Em fevereiro, vamos lançar o nosso quarto álbum, o ‘Como Nascem os Monstros’. Pretendemos lançar clipes e uma live session para promover o trabalho, além da tour de lançamento. 

MANGER CADAVRE foto por Dani Moreira
A formação da Manger Cadavre? traz Nata Nachthexen (vocal), Paulo Alexandre (guitarra), Marcelo Kruszynski (bateria) e Bruno Henrique (baixo)

NA PISTA

Qual o ‘cast’ dos sonhos para um Festival Rock Feminino?

De gringa, Bolt Thrower (impossível, mas se é de sonho… rs) + Agrimonia. Brasileiras vou nas que não tem tanto destaque quanto às já consagradas: Miasthenia + Ankerkeria + Ìsinku +  Ethel Hunter + Crotch Rot + Välika + Corja + CRAS + Inraza + Invisible Control + Kidsgrace + Diagnose + No Rest + Postvmo + Terror Revolucionário + Santa Muerte + Hatefulmurder.

Quais seriam as músicas do melhor CD de Rock Feminino de todos os tempos?

Difícil escolher, mas com certeza começaria com Matriarch da Ankerkeria.

Quem seriam as integrantes da banda Rock Feminino dos sonhos?

Não consigo responder! [risos]

Qual o melhor show que você já foi?

Atari Teenage Riot no Cine Joia

E melhor show que você ainda não foi?

The Cure… ainda espero por esse dia!

Qual CD você esconde da galera da banda?

Nenhum, eles sabem de tudo que eu gosto

Qual CD ostenta para os fãs?

Smear Campain do Napalm Death! 

NO PALCO

O melhor show que já fez?

De médio porte, no Abril Pro Rock, em Recife de pequeno porte, no Instituto Helena Greco, em Belo Horizonte.

O pior show que já fez?

Um que não tinha equipamento decente pra guitarra e nem retornos pra banda. O rock tem guitarra! rs

A música que tem mais orgulho de ter gravado/composto?

Encarceramento e Morte

Qual projeto musical gostaria de ter no futuro?

Pós punk

NO BACKSTAGE (completando a frase)

Tinha pôster dos Ramones na parede do meu quarto até o ano de 2005.

Risquei um CD Disintegration do The Cure de tanto ouvir.

Tenho vergonha de dizer, mas já dei ouvidos a gente que não paga minhas contas.

Na banda eu sou a mais desastrada de todos.

Minha camiseta do Napalm Death praticamente andava sozinha.

No catering do show não pode faltar café.

Esqueci um pedaço da música Imperialismo e tentei enrolar cantando qualquer coisa, pois ninguém entende mesmo gutural, rs.

O que mais me arrependo é de não ter começado a estudar um instrumento mais nova.

Rock Feminino

O site Rock Feminino é um grande banco de dados brasileiro de bandas de rock com mulheres.

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