A Ascensão do Punk Feminino: Eskröta no Rock in Rio e Knotfest

A participação da banda Eskröta no Rock in Rio e no Knotfest é um marco não apenas para o cenário musical brasileiro, mas também para o punk feminino que, historicamente, enfrentou barreiras para ocupar os grandes palcos. Formada por mulheres de São Carlos e Rio Claro, a banda é um exemplo vibrante de resistência e autenticidade em um mundo musical muitas vezes dominado por estéticas mais comerciais.

No Rock in Rio, a Eskröta subiu ao palco Supernova com a força de quem carrega no nome e nas letras uma mensagem crua e direta, características do punk e do thrash metal. Com letras que abordam temas sociais e políticos, a banda traduz o grito de muitas mulheres e minorias que encontram no punk uma forma de expressão e luta.

Já no Knotfest, um dos maiores festivais de música pesada do mundo, a banda solidifica sua presença internacional, mostrando que o Brasil tem muito a contribuir para a cena global do metal. O evento, que reúne nomes icônicos do gênero, oferece à Eskröta uma plataforma para ampliar sua mensagem e conquistar novos públicos.

O que torna a participação da Eskröta ainda mais significativa é o contexto em que ela ocorre. Em um mercado musical que frequentemente marginaliza artistas independentes e bandas lideradas por mulheres, a banda rompe barreiras e prova que é possível alcançar os holofotes sem comprometer sua essência. Essa conquista é um reflexo do trabalho árduo, da autenticidade e da capacidade de dialogar com temas universais de forma visceral.

Mais do que um show, a presença da Eskröta nesses festivais é um ato político. Em tempos de avanço conservador e retrocessos em direitos fundamentais, ver mulheres subindo aos palcos para cantar sobre desigualdade, violência e opressão é um lembrete de que a música tem poder transformador.

É também uma inspiração para as novas gerações de artistas. A trajetória da Eskröta demonstra que, com coragem e determinação, é possível furar bolhas e alcançar novos espaços. Não se trata apenas de uma vitória da banda, mas de uma celebração para todo o underground brasileiro, que muitas vezes é subestimado pelo mainstream.

Ao final, a Eskröta não apenas representa a força do punk brasileiro nos grandes festivais, mas também desafia as normas e inspira mudanças. Que sua voz continue ecoando e mostrando que, no palco ou fora dele, o punk ainda tem muito a dizer.