Tecnologia e inovação transformam a produção e a distribuição musical

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criatividade e inovação tecnológica já caminham lado a lado na indústria musical. Hoje, a inteligência artificial (IA) transforma o modo de criar e produzir canções. Plataformas como Mubert e Mureka permitem que qualquer pessoa, mesmo sem experiência, monte trilhas sonoras. Com poucos cliques, ideias ganham forma e a música se renova.

Em 2023, a distribuidora Ditto Music realizou uma pesquisa com mais de 1.250 artistas independentes. O levantamento revelou que 60% dos músicos já usam a IA no dia a dia com o intuito de facilitar a criação e trazer mais inovação aos projetos musicais.

E não para por aí. Cerca de 76,5% deles utilizam ferramentas de IA para criar a arte dos seus álbuns. Outros 66% usam a tecnologia na mixagem e masterização. E quase metade dos entrevistados pensam em aplicar a IA nas composições. 

No Brasil, o cenário é semelhante. Uma pesquisa feita pela Ipsos, em parceria com o Google revelou que, em 2024, 54% dos brasileiros já utilizaram a IA para criar conteúdos. Esse número supera a média global, que ficou em 48%. O estudo envolveu 21 mil pessoas de 21 países.

Controvérsias e obstáculos do uso da IA

Não é novidade que as tendências no mercado musical indicam um caminho onde o uso da IA parece inevitável, seja para criar efeitos, ajustar ritmos ou montar trilhas. Mas, nem todos os especialistas em tecnologia e música concordam com essa adoção. 

Profissionais do meio artístico discutem os prós e contras dessa mudança. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, comentou o assunto em um programa de TV. Segundo ele, a IA pode gerar resultados interessantes, mas o toque humano ainda é insubstituível. Ele acredita que a música precisa de alma para emocionar.

O guitarrista Brian May, da banda Queen, também se posicionou. Em entrevista ao Daily Mail, ele criticou as propostas de mudar a lei de direitos autorais na Grã-Bretanha. A ideia seria permitir que empresas usem músicas já gravadas para treinar seus modelos de IA. 

Para o músico, isso pode prejudicar os artistas e diminuir o valor do trabalho criativo. Brian defende que os criadores devem ser consultados antes de suas obras serem usadas para esses fins.

A cantora e compositora brasileira Vanessa da Mata também se manifestou. Durante sua participação no programa Roda Viva, ela declarou sua preocupação em relação ao tema, especialmente quanto aos direitos autorais. Ela conta que já derrubou de plataformas de streaming músicas que mixavam suas criações sem pedir autorização. 

Revolução nos royalties no streaming

Além das discussões sobre a criação musical, outro ponto se destaca: a democratização do setor. Os serviços de streaming transformaram a forma de remuneração dos artistas que vivem de música. 

Em 2024, o Spotify bateu um recorde ao repassar US$ 10 bilhões em royalties. Esse valor marcou um aumento de 11,1% em relação ao ano anterior e mais de 1.500 músicos se beneficiaram dessa nova realidade. O serviço de streaming ainda ressaltou, em comunicado, que o sucesso não depende apenas de um hit nas paradas ou de um catálogo extenso. 

Hoje, artistas de todos os níveis podem conquistar seu espaço. Um músico que fica entre os 100 mil mais ouvidos chegou a receber US$ 6 mil em royalties. Esse valor é cerca de dez vezes maior do que o que se pagava em 2014. A tendência mostra que, com a digitalização, a remuneração está se tornando mais justa e acessível.

O crescimento dos usuários na plataforma e o aumento no número de artistas que recebem royalties são sinais claros de mudança. Em 2024, o número de músicos contemplados triplicou em relação a 2017. Esse avanço fortalece o mercado musical e abre novas portas para quem busca espaço na indústria. A democratização dos ganhos ajuda a diversificar a cena e valorizar talentos emergentes.

Rock Feminino

O site Rock Feminino é um grande banco de dados brasileiro de bandas de rock com mulheres.

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