ZINE #4 – LUVBITES: THE POWER POP FLOWERS
Luvbites é uma banda indie, formada por Júlia Dutra (voz e órgão), Leticia Blue (bateria e voz), Igor Diniz (guitarra e voz), André Felipe (baixo e voz) e Wiu (guitarra e voz).
Em 2019, lançaram o primeiro álbum, intitulado “Hot Days, Long Nights. Here comes Luvbites”, lançado pela Fatiado Discos.
Enquanto faziam os shows do álbum de estreia, gravaram o segundo disco, “Loud Fast Soul”, agora pela Forever Vacation Records, com lançamento marcado para abril deste ano.
A dualidade do mundo material e o paradoxo entre a essência e a aparência; esse é o tema de Loud Fast Soul.
Nas sete faixas do disco, que dura pouco mais de 20min, há referências que vão desde o rock clássico, passando pela soul music, até chegar ao indie. Além disso, vale o destaque para o arranjo vocal das canções.
Outro destaque é o clipe da faixa “Youthquake”, referente ao termo criado por Diana Vreeland, quando ela estava à frente da edição da Vogue Americana – cargo que ocupou de 1963 a 1971.
Gravado no estúdio Lamparina, em São Paulo, e produzido pelo guitarrista Igor e pelo produtor Guto Gonzalez, o trabalho teve forte influência de todos os integrantes da banda. Já a masterização é assinado pelo inglês Nick Graham Smith, que já trabalhou com Malcom Mclaren, Sessa, Lurdez da Luz, Garotas Suecas, entre outros.
O nome do álbum faz referência ao tema da brevidade da vida e do espírito jovem, e é também uma homenagem à soul music e ao artista e fotógrafo Robert Mapplethorpe, um dos melhores amigos de Patti Smith, cuja história foi contada no livro Só Garotos.
A ZINE quis saber um pouco mais sobre as influências da FRONTGIRL Júlia Dutra e o que ela espera desse novo momento da Luvbites, confira:
ZINE – Quais suas influências na moda e na música?
Júlia: As duas coisas andam bastante juntas pra mim, me inspiro muito nxs artistas que escuto pra me vestir. Debbie Harry é uma das grandes influências da Luvbites desde o início, fizemos cover de X Offender por um bom tempo e desde então eu observo a atitude dela no palco, as roupas, seu comportamento. Patti Smith também, com seus looks mais despojados, bem “whatever”, típicos do PUNK SETENTISTA. Sua obra prima, Horses, também está entre um dos meus álbuns preferidos. Aí ao mesmo tempo também curto um estilo mais 90’s, puxado pro tactel colorido, como as meninas da Hinds vestem: roupas largas, cores, tênis, acessórios.. A Soko também abusa das cores e eu adoro! Curto ainda uma boa alfaiataria de cós e camiseta básica, com sobreposição de paletós, tipo como vejo a Aldous Harding vestindo. Em alguns shows tento adaptar o que eu tenho me baseando em looks do Bowie, Lady Gaga e da Charlotte Kamp Muhl, com ênfase nas maquiagens que eles usavam. A Dani Miller também arrasa nas makes, looks e na atitude!!
Praticamente todos os meus looks, de show e do dia-a-dia, eu encontro em brechós. Não me lembro quando foi a última vez em que comprei em alguma loja grande. Penso que a gente sempre pode reaproveitar as peças, sem falar que a elas realmente são exclusivas.
Enfim, gosto de um estilo mais vintage que adapto à minha personalidade. O que eu visto e ouço depende muito do meu mood no dia e também das peças que eu encontro nos meus garimpos, já que o upcycling é ferramenta de vestuário no meu cotidiano e também do merch da banda.
ZINE – Qual é a mensagem desse novo disco da LUVBITES?
Júlia: São muitas as mensagens que passamos nessas novas músicas, mas penso que o mais interessante é a interpretação que cada um vai ter de tudo isso que a gente está dizendo.
Durante o período das composições e gravações nós, de forma particular, vivemos momentos bastante distintos e cada um deles influenciou de alguma forma no resultado final.
Esperamos que esse momento em que estamos vivendo, alinhado à ideia de brevidade da vida, faça com que as pessoas vivam suas vidas de forma mais autêntica e desacelerada, levando em consideração a necessidade de se manter em harmonia e equilíbrio com a natureza e consigo mesmo. Espero que a gente continue se encontrando em nós mesmos, nos descobrindo como pessoas, nos empoderando diante daquilo que somos, mas sem deixar de pensar no coletivo, pois nossa relação de interdependência vai continuar se mostrando cada vez mais importante e necessária.
Amou?! Segue lá ♡
@luvbitesofficial
@dutrajulia