ZINE #7 – GRAM PARSONS: THE PSYCH COWBOY ANGEL STYLE
O que seria do rock, senão a herança vinda do BLUES e do COUNTRY norte-americano?
E o que seria da MODA, senão as histórias e vivências de quem em algum momento não a revolucionou?!?
Criando assim novas tendências, mas mantendo suas características singulares, únicas e marcantes.
Assim, partindo dessa premissa de constantes renovações, a ZINE de hoje trata de um dos grandes nomes da country music: GRAM PARSONS.
Vindo de uma família abastada residente na Flórida, Gram Parsons teve uma passagem meteórica pelo planeta Terra.
Abandonou os estudos em Harvard pra revolucionar sem precedentes a COUNTRY MUSIC, absorvendo suas raízes e modernizando seus arranjos.
Em 1968, participou de um disco seminal, até hoje considerado avant-garde, o aclamado “SWEETHEART OF THE RODEO” – psicodélico álbum do lendário grupo THE BYRDS.
Mas o compositor, cantor e guitarrista destacou-se mesmo em sua carreira solo.
Logo chamaria a atenção de ninguém menos que KEITH RICHARDS.
Em pouco tempo, tornaram-se amigos – e um influenciou o outro em termos de harmonia, abordagem, estética sonora.
PERSONALIDADE
Gram Parsons, sempre consciencioso com as questões globais que o cercavam, RECUSOU uma turnê pela África do Sul – na época em pleno regime de APARTHEID – para juntar-se ao amigo Keith – em uma parceria produtiva e também marcada por alguns excessos.
https://www.youtube.com/watch?v=5NkvpEaghTA
Sua produção com o FLYING BURRITO BROTHERS também merece destaque: COUNTRY ROCK de primeira.
GRAM PARSONS sempre foi prolífico.
Sempre transgressor, em seu comportamento e muito criativo, com muito vigor pra reinventar o country, o rock, e aqui vale a menção de seu visual extremamente icônico (não é mesmo, JACK WHITE?).
Com os inesquecíveis bordados e adornos dos desenfreados anos 70, jeans vintage – cru e embelezado – e a inseparável HARLEY-DAVIDSON azul, GRAM PARSONS e ELVIS PRESLEY chegaram até a compartilhar o mesmo alfaiate de Nashville: NUDIE COHN.
PARSONS encomendou um conjunto coberto de papoulas gigantes, pílulas, folhas de maconha, uma cruz, formando seu famoso “nudie suit”.
O que PARSONS vestia remonta para as longínquas raízes de suas origens musicais; o Deep South, o rock’n’roll de Los Angeles, o flash de strass de Nashville, as canções dos trabalhadores das ruas de Bakersfield.
Hoje, o traje “NUDIE” de Gram Parsons está presente no Hall da Fama, e no Museu da Música Country de Nashville.
Musicalmente, a mídia sempre suou a camisa para tentar rotular, classificar a grandeza de sua produção: chamando-a de country progressivo, country continental ou country-rock, até definindo como COSMIC AMERICAN MUSIC, ou seja, música cósmica estadunidense, rótulo “mais aceito” por boa parte da crítica e dos fãs, assim como ALT-COUNTRY.
INFLUENTE
GRAM PARSONS é influência autêntica e real no mundo da moda até os dias de hoje.
Ícone da música country, deixou seu legado não apenas na música, mas também em sua maneira de se vestir, influenciando outros artistas e o mundo da moda – até grandes marcas como Gucci e Burberry – que fizeram coleções inspiradas em seus adornos dos anos 70′ – bordados com jeans vintage e cru.
Fã declarada de Nudie Cohn, o alfaiate “rhinestone cowboy“- Kathie Sever vem dando continuidade a tradição desse estilo tão marcante nos anos 70′, e que e vem conquistado estrelas de Hollywood, como BILL MURRAY.
A MORTE:
Uma overdose de morfina e tequila, em um quarto de motel em Joshua Tree, na Califórnia, levaria embora Gram Parsons desse mundo, com apenas vinte e seis anos de idade.
A dica da Zine dessa edição é escutar “Love Hurts”, na voz de Gram Parsons.
https://www.youtube.com/watch?v=6ivVJzGgcq0
Música composta por Kevin Raleigh, teve seu registro na voz do cantor em 1974, no antológico álbum Grievous Angels.