ZINE #6 AFROPUNK : FIGHT THE POWER !
Contestação, arte, comportamento, ação social : a luta pela igualdade sempre guiou a origem do PUNK. Explosivo e agressivo, o movimento PUNK se expandiu nos anos 70 e vem se reinventando desde então.
Idéias anarquistas, REBELDIA, insatisfação com o governo: a maioria das bandas eram formadas por pessoas pobres, SUBURBANAS, e sem perspectivas de um mundo melhor. Jovens encontraram assim no movimento uma maneira de se revoltar, um meio de lutar contra o ESTABLISHMENT. Não apenas se expressando com inconformismo, indignação, e raiva. Havia a questão do estilo: eram os punks usando roupas customizadas (DIY), com muito couro, tachas, patchs, correntes, xadrez, piercings, tatuagens, cabelos coloridos e/ou SPYKE HAIR, MOHAWK e principalmente usando a voz e a música como sua maior arma contra a sociedade: literalmente cavando sua presença no GRITO! E usando tudo isso a seu favor como forma de PROTESTO.
Mesmo porque, ser punk vai além em ter um “visual”. É um LIFE STYLE. Muitas pessoas vivem e sobrevivem dentro desta cultura, com seus fanzines, suas gigs, gravações, bandas, selos, SQUATS, ocupações…e muitas vezes buscando na SUSTENTABILIDADE uma harmonia e coerência com sua ideologia anti-establishment. Mas a representatividade negra dentro desse movimento era muito pequena, e cansado disso, JAMES SPOONER comandou uma revolta, conquistando seu espaço – dando início ao estilo contemporâneo do gênero, com muito mais atitude: AFROPUNK! – cena quem vem crescendo, se destacando e concretizando.
O Festival AFROPUNK originalmente acontece no BROOKLYN – NY CITY, fundado por JAMES SPOONER e vem se destacando desde 2005. Além da música, há espaço para movimentos artítiscos, e a MODA vem se fundindo – tecidos com referências étnicas AFRICANAS, turbantes, dreadlocks, cabelos crespos e AFROS tem se alinhado à estética PUNK, trazendo uma visão contemporânea de seus ancestrais, deixando esse estilo ainda mais poderoso.
Bandas como a inglesa THE CLASH, foram pioneiras em unir esses estilos musicais – e também na luta contra o racismo, agregando à cultura AFRO misturando REGGAE, DUB, SKA com o PUNK ROCK. Em Washington DC, nos Estados Unidos, a rapidez e atitude nas canções do BAD BRAINS também trouxeram originalidade ao HARDCORE, fixando a força dos elementos do REGGAE e a energia incontestável do PUNK agressivo, acelerado.
E como é dito no documentário AFROPUNK, dirigido em 2003 por JAMES SPOONER, “…essa é a verdadeira energia do punk. Eu acho que Nina Simone foi o punk mais raivoso da história. As pessoas acham que é alguma coisa que pode ser colocada numa caixa. É um sentimento, por isso que cobre muitas pessoas.O punk não deve ser uma imagem estereotipada do SID VICIOUS como um ícone do punk. É um sentimento, uma mentalidade, um estilo de vida. Essa é sua ENERGIA.
E no Brasil, nos anos 80′ houve a presença, ainda na ativa, do Inocentes, cuja poesia e representatividade de Clemente Nascimento, alimenta e influencia a essência do PUNK ROCK!
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Siga: @spoonernofun
Coluna redigida ao som de Bad Brains e Joe Strummer & The Mescarelos.
A dica de filme da ZINE é Do The Right Thing, de 1989, do diretor Spike Lee. 
“O coração de todo o ser humano
Foi concebido para ter piedade,
Para olhar e sentir com caridade
Ficar mais doce o eterno desengano.Para da vida em cada rude oceano
Arrojar, através da imensidade,
Tábuas de salvação, de suavidade,
De consolo e de afeto soberano.Sim! Que não ter um coração profundo
É os olhos fechar à dor do mundo,
ficar inútil nos amargos trilhos.É como se o meu ser compadecido
Não tivesse um soluço comovido
Para sentir e para amar meus filhos!”Cruz e Souza, Últimos Sonetos
