Tamy Leopoldo: conheça mais sobre a baixista da Eskröta
Acho melhor eu nem contabilizar há quanto tempo eu conheço a Tamy, porque isso provavelmente vai entregar a nossa idade [rsrs]. Mas fato é que eu conheço Tamyris Leopoldo muito, muito antes de ela ser a baixista da banda Eskröta, colecionar fãs por todo País e ser uma das mais promissoras baixistas brasileiras.
Das muitas bandas que eu tive com a Tamy, do tempo que convivemos, pude ter certeza: o caminho natural era ela se tornar uma grande baixista. Sabe, do tipo que você não imagina a Tamy atrás de uma mesa, carimbando papel e atendendo telefone. Isso nunca foi e, certamente, nunca seria o seu futuro.
Na banda, era sempre a única que chegava sabendo tocar todas as músicas e, mesmo que não tivesse treinando ou ensaiado, ou talvez nunca nem tivesse ouvido a música antes, era a única que conseguia tocar sem errar uma nota. Um daqueles lances de gente que nasce com o dom, sabe? Que até parece coisa de outra vida? Acho que é assim com a Tamy. Desde muito, muito pequena mesmo ela já pulsava música e pulsava rock [aliás, vem de família, e uma família incrível!].
Por isso, essa entrevista aqui é ainda mais especial, um orgulho enorme dessa menina que eu vi crescer [ok, nem tanto, ela continua baixinha…rsrs…sorry Tamy] e ganhar o mundo!
Vivian Guilherme: Você já passou por muitas bandas antes da Eskröta, como foi esse processo até encontrar as meninas da banda?
Tamy: Nossa, passei por muuuuiiiitas bandas mesmo! Acho que não consigo contabilizar! Já toquei rock clássico, reggae, pop…vários estilos! Desde cedo tive o sonho de fazer parte de uma banda totalmente feminina e tive várias bandas femininas durante esses anos todos. Mas quando você encontra parceiras que se comprometem e acreditam no mesmo sonho que você, tudo fica mais fácil! Ter fundado a banda com a Miriam e com a Yasmin e ter elas ao meu lado é muito gratificante!
– Hoje a Eskröta conseguiu um público fiel que vem acompanhando os shows. Hoje em dia é mais facíl conseguir construir uma base de fãs e chegar a mais pessoas?
Acredito que a internet tem ajudado muito nesse aspecto. Conseguimos atingir muitas regiões do país, pelas plataformas digitais e, consequentemente, conhecemos muitos lugares do Brasil, onde nos apresentamos!
– Quando percebeu que a história da Eskröta estava ficando séria?
Quando formamos a banda, não tínhamos a pretensão dessa visibilidade toda. Quando os festivais Maniacs Metal Meeting (Rio Negrinho/SC) e o Abril pro Rock (Recife/PE), entraram em contato para fechar os shows conosco, a gente surtou de felicidade! Ambos são festivais grandes e muito conceituados, que nos proporcionaram oportunidade de mostrar nosso trabalho em outras regiões do país.
– Você já conseguiu contabilizar por quantas bandas já passou? Quais foram as principais, na sua opinião, que ajudaram a construir quem é você hoje enquanto pessoa e musicista?
Não consigo contabilizar!! [Rsrs] Desde que eu comecei a tocar, com 13 anos, não parei mais! O que estende muito a lista de bandas por onde passei, mas gosto muito de ter participado da ‘Além da Lenda’ (reggae) e minha primeira banda, extinta MALT, que foi um alicerce incrível para meu crescimento musical.
– Para mim, que acompanhei você por muitas bandas, desde a MALT até agora, percebo que de todas as meninas que já tocaram com você, você foi a única que nunca desistiu, sempre esteve na ativa e tocando. De onde vem essa força da Tamy?
Olha, já me perguntei isso! Eu sou apaixonada pela música, independente de qual estilo e acho que todo esse amor é o principal motivo para que eu consiga me manter firme! E o resultado de tanta perseverança está aí. Encontrei meninas apaixonadas e dispostas a enfrentar todos os perrengues junto comigo, os dias de luta e de glória, como a gente sempre diz, levantando nossa bandeira do feminismo! Meninas, NÃO desistam! Por mais difícil que possa parecer! Por sermos mulheres somos muito mais cobradas, temos que provar muito mais a todos, então ergam a cabeça e continuem firme! ♥️
– Quais os novos projetos e o que está por vir?
Atualmente, estamos trabalhando nas composições do nosso primeiro Full Álbum, que será gravado em janeiro! Vem muitas novidades, tour no Nordeste de novo, muitos shows incríveis!
NA PISTA:
Qual o ‘cast’ dos sonhos para um Festival Rock Feminino?
Nervosa, Sapataria, As Mercenárias, Bioma, Girlschool, KITTIE , L7 ….vou morrerrrrr!!!! Quero esse cast agora! (Sonhar pode né?!) e Eskröta, é claro!
Quais seriam as músicas do melhor CD de Rock Feminino de todos os tempos?
Vamos fazer uma coletânea com todas essas bandas que eu citei aí na pergunta anterior!! Amooo demais!
Quem seriam as integrantes da banda Rock Feminino dos sonhos?
Eu amo muito a Eskrota, as meninas já são meu sonho, mas eu amo demais uma vocalista…a Taty Kanazawa! Que vocal poderoso! Colocaria ela como integrante! Haha!
Qual o melhor show que você já foi?
Kittie!!!! Lindíssimo! Testament (minha banda favorita) e o show do Glenn Hughes, ex-integrante do Deep Purple! (que show foi aquele, perfeito!) São os três shows mais marcantes!
E melhor show que você ainda não foi?
L7 ( é pedir muito?!)
Qual CD você esconde da galera da banda?
Nenhum, elas sabem dos meus gostos peculiares, mas eu AMO MUITO Raça Negra, lógico que sou zoada por isso!!!!
Qual CD ostenta para os fãs?
Meu box do Iron Maiden!NO PALCO:
O melhor show que já fez?
Kool Metal Fest 2019
O pior show que já fez?
Eita, gosto de todos, os que foram ruins penso que são experiências!
A música que tem mais orgulho de ter gravado/composto?
A música do nosso Split, chamada Playbost* ( pode falar palavrão? Kkk
Por quantas bandas já passou e qual sente mais saudade?
Não sei quantas bandas, MALT e Além da Lenda tenho saudade, tenho minha outra banda também, chamada Aborn que está parada provisoriamente.
Qual projeto musical gostaria de ter no futuro?
Um projeto de blues onde eu possa tocar gaita! 🙂
NO BACKSTAGE (completando a frase):
Tinha pôster dos HANSON na parede do meu quarto até 2008!
Quebrei um CD do Offspring de tanto ouvir.
Tenho vergonha de dizer mas já chorei de emoção em um show!
Na banda eu sou a mais reclamona de todas.
Minha camiseta do Iron Maiden praticamente andava sozinha.
Esqueci um pedaço da música Crime Hediondo e tentei enrolar tocando baixo e escondendo o rosto! Kkk
O que mais me arrependo é de não ter conseguido ir no show do Metallica.
**Foto destaque principal da matéria: Flashbanger
>> Na próxima semana a entrevistada é Gisele Santos, do saudoso programa Mundo Rock de Calcinha.>>
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