Larissa Zambon: a voz potente da Ignispace
Aos 23 anos, Larissa Guermandi Zambon é um dos nomes mais promissores do metal nacional. Vocalista da banda piracicabana Ignispace, Larissa foge completamente do estereótipo da vocalista de heavy metal: não tem vocal lírico e nem gutural. A voz limpa e potente lembra as famosas cantoras do pop, se não fosse o peso dos instrumentos que deixam claro se tratar de uma verdadeira banda de metal.
Além dos trabalhos à frente da Ignispace, Larissa é professora de canto e teclado. Nesta entrevista, você conhece um pouco mais sobre a voz potente à frente da banda, que acaba de lançar seu primeiro disco.
Como surgiu a Ignispace? Como você e os integrantes se conheceram?
Tudo começou quando o Benato, que estava procurando bandas novas porque estava cansado de ouvir o mesmo de sempre e esbarrou em Amaranthe. Daí ele caiu em negação porque achava que não podia curtir algo que tivesse eletrônico e vocal feminino (pois tudo que ele ouvia assim era com vocais líricos), mas ao mesmo tempo isso abriu a cabeça dele para aceitar novos elementos, principalmente por perceber que uma banda com vocal feminino não precisa ser apenas vocal lírico. Então o Romani e o Benato, que já tiveram banda juntos e são amigos de longa data, decidiram fazer uma banda cover do Amaranthe e me chamaram para fazer um teste. Foi aí que nos conhecemos, porém não chegamos a tocar. Tempos depois eles perceberam que seria muito legal fazer música própria e criar algo totalmente novo. Daí me chamaram de novo e começamos a compor.
Antes da banda, você já tinha passado por outros grupos? Sempre esteve no metal?
Quando pequena eu participava de um grupo de coral e um de flauta, depois disso apenas tive uma bandinha na escola aos 14 anos, mas não tocávamos metal. O gosto pelo metal surgiu um pouco depois quando conheci a banda Epica. Antes dela eu gostava de bandas como Evanescence e, por influência do meu pai, Queen e Pink Floyd. Além de sempre ter sido fã de pop.
A Ignispace acaba de lançar o primeiro disco, qual é a sensação de ter o álbum nas mãos?
É a realização de um sonho, literalmente. Um dos meus sonhos desde pequena era gravar um CD. Além disso todo o processo aconteceu em um momento significativo da minha vida, então é algo muito importante para mim!
O CD é um formato que vem caindo em desuso, todo mundo acaba optando pelo streaming e por lançar músicas isoladas. Por que investir no lançamento físico e em um disco completo?
Na verdade sempre tivemos em mente que iríamos lançar apenas nas plataformas digitais, tanto que nosso primeiro trabalho (o EP Rise Beyond) é apenas digital, seguindo essa linha de streaming. Falando sobre lançar músicas isoladas, antes de lançarmos nosso álbum, nós disponibilizamos também nas plataformas de streaming o single “Viagem ao fundo do ego”. O lançamento do CD físico foi possível pois ganhamos um edital do Proac Municípios – Piracicaba, um edital de cultura e já que a gente ganhou esse edital achamos legal fazer o CD físico, porque mesmo que hoje ele esteja caindo em desuso, ainda há pessoas que gostam até como um objeto colecionável.
Você percebe que a cena do rock aqui no interior de SP é mais difícil?
Como está sendo a aceitação e o espaço para shows? A gente percebe que aqui no interior é quase inexistente, mas quando conversamos com outras pessoas de SP ou de outros lugares maiores, a gente vê que está difícil em todo lugar, no Brasil em geral.
Você, além de vocalista na banda, é compositora. Como é o processo de construção das músicas com os caras da banda?
Super tranquilo! Nós sentamos juntos, com um violão e vamos anotando ou gravando no celular mesmo as ideias que surgem, um dá a ideia da harmonia, outro da melodia, e assim vamos construindo a música. Eu nunca tinha passado por uma experiência dessa, sempre compus músicas sozinha, mas com eles não tive problemas, muito pelo contrário, nossas ideias, quando não são as mesmas, são complementares. Sempre tivemos facilidade por entendermos as ideias uns dos outros, principalmente, eu e o Romani. Nossa conexão é muito forte e na hora de compor tudo flui naturalmente.
Quais os novos projetos e o que está por vir?
Por enquanto não temos novos projetos, mas com certeza não vamos deixar de criar coisas novas para, quem sabe, um segundo álbum. Gostamos muito de criar e se tivermos qualquer ideia que seja, não vamos descartar.
NA PISTA:
Qual o ‘cast’ dos sonhos para um Festival Rock Feminino?
Epica, Evanescence, Amaranthe, Battle Beast, Heart, Nightwish, Roxette e Ignispace.
Quais seriam as músicas do melhor CD de Rock Feminino de todos os tempos?
“Storm The Sorrow” – Epica; “Everybody’s Fool” – Evanescence; “Dream” – Amaranthe; “Beyond The Burning Skies” – Battle Beast; “Alone” – Heart; e “Storytime” – Nightwish.
Quem seriam as integrantes da banda Rock Feminino dos sonhos?
Amy Lee, Simone Simons, Floor Jansen e Nancy Wilson.
Qual o melhor show que você já foi?
Nenhum.
E melhor show que você ainda não foi?
Seriam vários: Epica, Evanescence, Amaranthe, Ghost, Rammstein, Battle Beast, Lindsay Stirling, Cyhra…
Qual CD você esconde da galera da banda?
Qualquer um da Shakira
Qual CD ostenta para os fãs?
Qualquer um dos 3 primeiros álbuns do Evanescence (Fallen, The Open Door, Evanescence).
NO PALCO:
O melhor show que já fez?
Ainda não fiz shows suficientes para escolher um melhor, mas gostei muito de fazer um pocket show na rádio Stay Rock Brazil, no estúdio V8 em SP.
O pior show que já fez?
Ainda não fiz shows suficiente para escolher um pior.
A música que tem mais orgulho de ter gravado/composto?
“Turn Around”.
Qual música decidiu esconder da galera da banda?
Nenhuma, compomos todos juntos.
Por quantas bandas já passou e qual sente mais saudade?
Nenhuma.
Qual projeto musical gostaria de ter no futuro?
Novos álbuns!
NO BACKSTAGE (completando a frase):
Tinha um pôster da Demi Lovato na parede do meu quarto até 2014.
Quebrei um CD da Shakira de tanto ouvir.
Tenho vergonha de dizer, mas já deixei de priorizar a banda.
Na banda eu sou a mais rápida pra escrever letra de todos.
No catering do show não pode faltar água, com certeza.
Esqueci um pedaço da música “Touch of Evil” (Judas Priest) e tentei enrolar cantando sonoramente parecido.
O que mais me arrependo é de não ter enxergado antes que essa era a vida que eu sempre quis.
**Fotos da matéria: Susi dos Santos
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Eu já ouvi a banda no spotfy e no youtube. Me agradou principalmente pelo o que está na matéria, o vocal feminino é diferente da maioria. Desejo muito sucesso e espero ver um show deles em breve por aqui na capital paulista.