Advogada e rockstar: conheça a vocalista Debs da Hexwyfe

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O nome de Deborah Sztajnberg é conhecido para quem acompanha o universo dos direitos autorais no Brasil. Uma vez me disseram que nove em cada dez artistas são assessorados por ela, sempre muito humilde e bacanérrima, Debs não confirma a afirmação, mas também não nega.

Fato é que ao digitar o nome de Deborah no Google já dá para saber que ela é extremamente competente no que faz e é referência no assunto. Com muitos livros lançados na área e muitas causas de repercussão nacional, além de grandes clientes [dá pra conhecer mais no Linkedin dela], o que muitos não sabem é que a ligação de Debs com a advocacia veio depois do seu interesse pela música. Integrante de uma das primeiras bandas femininas de heavy metal do Brasil, a Enigma, Debs está de volta com a Hexwyfe, uma banda incrível de Women Power [como se denominam], que tem canções próprias e apresentações arrebatadoras [as meninas destroem na performance].

Eu conheci a Debs no Goiania Noise [não lembro o ano, mas faz tempo], quando ela prestava serviços à Abrafin [Associação Brasileira de Festivais Independentes]. Depois disso, Debs foi jurada no Festival Rock Feminino e deu uma mão imensa na parte jurídica quando trouxemos o Girlschool para o Brasil – que, no fundo, também foi um presente de aniversário para ela! Por tudo isso e, claro, por ser um mulherão incrível, nada mais justo do que a primeira entrevistada do nosso site ser ela!

Deborah e a banda Hexwife
Deborah e a banda Hexwife

 

Vivian Guilherme: Como e quando surgiu a ideia de montar a Hexwyfe?

Debs: Eu tive uma das primeiras bandas femininas de heavy metal no Brasil, naquela época mulher não tocava e quanto mais metal. Mil anos depois consegui realizar meu sonho, ter uma banda inteira só de mulheres.

 

· Vocês da banda já se conheciam antes?

Sim, eu, Helga (baterista) e Mili (guitarrista) tínhamos uma banda que se chamava Domina, que foi o embrião da Hexwyfe.

 

· O nome da banda é muito bom, como surgiu a ideia?

Um trocadilho celta, hex – feiticeira e wife – esposa.

 

· Antes da Hexwyfe, você já esteve em outras bandas? Quais?

Várias, mas nenhuma com uma formação apenas de mulheres e esse é meu orgulho maior.

 

· O rock sempre foi seu estilo favorito? Ou já se arriscou em outros segmentos?

Rock é minha especialidade, mas quando gravei meu primeiro álbum solo, gravei outros segmentos para mostrar que não me limitava a ele..rs

 

· Se tivesse que citar cinco grandes influências musicais para você, quais seriam?

Deep Purple, Cher, Fleetwood Mac, Barbara Streisand e Girlschool.

 

· Você sempre trabalhou pela música, mas na parte jurídica e agora está do outro lado, em cima do palco. Como é isso para você? Atrapalha ou ajuda a sua carreira como advogada?

No meu caso foi ao contrário, comecei na música e aos poucos vi que não tinha ninguém que quisesse defender os músicos. No meu caso consigo conciliar as duas coisas, mas tem que ter muita disposição!

 

· As outras integrantes da banda também atuam na parte jurídica, como você? Quais as profissões delas?

Não, a batera é engenheira, a guitarrista geóloga e a baixista química.

 

· Como tem sido a receptividade da banda nos shows?

Os shows tem sido excelentes, e o mais curioso é que são plateias às vezes totalmente diferentes!

 

· Deixe uma mensagem para a galera que acompanha o site!

Queria que todas as mulheres tivessem a compreensão da dívida histórica que temos com as pioneiras, e não se deixar levar pelos dogmas do patriarcado. Todo dia que abro o jornal, constato que o número de feminicídios só aumenta. Isso acaba comigo.

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NA PISTA:

· Qual o ‘cast’ dos sonhos para um Festival Rock Feminino?

Girlschool, Lita Ford, Joan Jett e Leather Lione

· Quais seriam as músicas do melhor CD de Rock Feminino de todos os tempos?

Da Girlschool tem uma que sou louca “Going Under”

· Quem seriam as integrantes da banda Rock Feminino dos sonhos?

Lita Ford na guitarra, Stevie Nicks nos vocais, Denise Duffort na bateria e Enid Williams do baixo.

· Qual o melhor show que você já foi?

Cher

· E melhor show que você ainda não foi?

Fleetwood Mac

· Qual CD você esconde da galera da banda?

Samantha Fox

· Qual CD ostenta para os fãs?

Stevie Nicks – Rooms on Fire

 

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NO PALCO:

· O melhor show que já fez?

No Saloom 79, com várias performances de convidados especiais, até do bartender.

· O pior show que já fez?

Um que fizemos para um bando de motoqueiros machistoides.

· A música que tem mais orgulho de ter gravado/composto?

“Final Hour”

· Qual música que decidiu esconder da galera da banda?

nenhuma

· Por quantas bandas já passou e qual sente mais saudade?

Tilt geral

· Qual projeto musical gostaria de ter no futuro?

Tenho um projeto maravilhoso sé com as músicas de rock da Cher, muita gente não sabe que ela é metaleira também.

 

NO BACKSTAGE:

(completando a frase)

· Tinha pôster do(s) Deep Purple na parede do meu quarto até 1994.

· Quebrei um CD da Cher – 1987 de tanto ouvir.

· Tenho vergonha de dizer mas já cantei Evidências num karaokê.

· Na banda eu sou a mais fresca de todas.

· Minha camiseta da Cher praticamente andava sozinha.

· No catering do show não podem faltar coisas saudáveis.

· Esqueci um pedaço da música “Betrayed” e tentei enrolar fazendo a mesma parte duas vezes.

· O que mais me arrependo é de não ter conseguido ter uma banda maravilhosa como a Hexwyfe há 20 anos atrás.

 

>> Na próxima semana o entrevistado é Daniel Rezende, autor do livro “Rock Feminino”.>>

Vivian Guilherme

A autora é jornalista, mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), graduada em Letras e pós-graduada em jornalismo contemporâneo. Produtora musical e técnica em áudio profissional, foi eleita Personalidade Musical do Ano (2008 e 2011) pelo Prêmio GRC Music (extinto Prêmio Toddy de Música). É criadora do Festival Rock Feminino e webmaster do Rockfeminino.com.br.

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