Toda a beleza de Ferdinando

Quem tinha a VHS do filme “A Branca de Neve e os Sete Anões” na década de noventa, se lembra muito bem de um curta-metragem que antecedia os créditos iniciais do histórico filme de Walt Disney. O curta, ‘Ferdinando, o Touro’, foi filmado um ano depois de Branca de Neve, em 1938, era baseado no livro homônimo de Munro Leaf, e chegou a ganhar o Oscar de melhor curta em 1939.

Quase oitenta anos depois, a história do touro pacífico e sonhador volta à grande premiação do cinema mundial para concorrer à estatueta de melhor animação, melhor canção e melhor trilha sonora – a divulgação dos indicados aconteceu nessa semana. Sob direção do brasileiro Carlos Saldanha, o longa ‘O Touro Ferdinando’ (da FOX Filmes) está em cartaz nos cinemas desde o começo do ano e vem colecionando recordes de bilheteria.

A história, tanto do próprio enredo, quanto da produção original, é simbólica e enfatiza algo que hoje em dia – sobretudo nos EUA – é urgente: paz! O curta original, de 38, foi lançado um pouco depois do início da Guerra Civil espanhola, trazendo uma mensagem pacifista de um touro que não gostava de participar de touradas e gostava de observar as flores. À época, a mensagem não foi bem aceita e a obra foi proibida de circular na Alemanha nazista e na Espanha do ditador Francisco Franco.

O filme da Disney teve ainda outro diferencial simbólico: foi uma celebração da equipe de produção. Quem narrou a voz da mãe de Ferdinando foi o próprio Walt Disney, Branca de Neve apareceu em uma das cenas, e personagens foram criados com base em diversos membros da equipe de produção. Portanto, é válido assistir ao filme de 2017, mas imperdível rever o curta original de 1938.