Nena Accioly: conheça a baixista da banda Melyra

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Houve uma época, em que as pessoas se conheciam por cartas [pasmem! E isso ainda neste século!]. E foi assim que conheci a Helena (Nena) Accioly, através de um FB [friendship book] e de um fã clube do Silverchair. Isso muito, muito antes de ela ser a baixista da banda Melyra, hoje, um dos expoentes do heavy metal nacional.

Aos 32 anos, Nena está cursando Direito, tem um curso de fotografia na bagagem e trabalha em um curso de desempenho escolar como monitora de história [também já foi minha tradutora de japonês algumas vezes]. Aquariana, meio nerd, ela diz que “às vezes é bem humorada, apesar de ter cara de brava”, mas eu digo que a Nena é SEMPRE bem humorada! Daquelas pessoas que transformam um relato cotidiano em um grande acontecimento para a humanidade e contando a história com uma empolgação que é só dela.

A história da Nena com a música vem de berço, filha de Guto Barros, ela e seus irmãos seguiram os passos do pai: apaixonados por música! E com a Helena a paixão é pelo rock e não poderia ser diferente. Nesta semana eu tenho um prazer imenso de entrevistar a minha ‘maninha’, meu orgulho! Confere aí!

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Vivian Guilherme: Você já passou por outras bandas antes da Melyra, como foi esse processo até encontrar as meninas da banda?

Nena Accioly: Passei por algumas poucas bandas antes da Melyra, incluindo a banda Gravidade Zero e a banda Klap Trap. A Melyra foi formada já comigo, antes a banda possuía outro nome. Adoro a história de como conheci as meninas hahahaha. Eu basicamente tinha uma foto no perfil do Facebook tocando um baixo e uma antiga integrante me achou através da minha foto. Que sorte!

– Hoje a Melyra conseguiu um público fiel que vem acompanhando os shows. Hoje em dia é mais fácil conseguir construir uma base de fãs e chegar a mais pessoas?

Acho que com a internet tudo ficou mais fácil e acessível e consequentemente o contato com os fãs mais estreito. Os fãs conseguem mais facilmente ter acesso às informações e até se comunicar uns com os outros!

– Você nasceu no meio da música, com seu pai, seu irmão tocando também. Você se imaginava fazendo outra coisa que não fosse tocando baixo?

Olha, eu já me imaginei tocando violino [risos], mas era uma época que eu curtia muito umas bandas mais sinfônicas. No dia de começar as aulas de violino, virei pra moça da secretaria e pedi pelo amor de Deus pra eu entrar na turma de baixo ahhahaha. Sábia decisão!

– Apesar de estar hoje em uma banda de heavy metal, você tem um histórico com o grunge [e dessa história nós duas sabemos!], como foi esse caminho, por que uma banda de heavy e não grunge?

Siiiiim! Tenho uma super raiz/influência grunge e você é super testemunha disso! Quando era adolescente quaaase adulta [risos], comecei a conhecer muitas bandas de Heavy metal por influência de amigos e até dos meus irmãos e foi de fato um caminho sem volta! Entrei de cabeça no mundo do heavy metal, porém gosto de muitos estilos dentro do rock! Quanto a ser uma banda de heavy, a ideia inicial já era essa, então só embarquei na proposta e ao longo do tempo fomos construindo nossas músicas baseadas nas nossas influências.

– Quando percebeu que a história da Melyra estava ficando séria?

Quando sentimos a necessidade de compor músicas autorais e gravar nosso primeiro EP. Ali eu pensei: “Nooossa olha isso! Olha essas músicas feitas por nós mesmas!” Rolou a conexão e colocamos toda nossa dedicação e empenho naquele trabalho e nos próximos também (temos um trabalho mais recente que é um CD Full) e foi assim! A necessidade/vontade de colocar o nosso coração na  parada fez com que  percebêssemos que já era bastante sério!

– Quais os novos projetos e o que está por vir?

Queremos alcançar voos altos, atravessar continentes! Novos trabalhos, novas composições e fazer a máquina sempre trabalhar a todo vapor!!

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NA PISTA:

Qual o ‘cast’ dos sonhos para um Festival Rock Feminino?

Esse Brasil tem muuuita banda feminina maravilhosa! Algumas não são inteiramente femininas. Vou citar algumas aqui: Melyra, Venuz, Nervosa, The Dammnation, Del Fuegos, Nebulosa, Pornograma, Drenna, Venus Wave, Domestic Junkies,  Eskrota, Nove zero Nove, Panndora, Carbo, Frogslake, Petals Blade, Little Room e  por aí vai! É muuuuita banda maravilhosa!!

Quais seriam as músicas do melhor CD de Rock Feminino de todos os tempos?

Melyra – “Silence”;  Venuz – “Aumente o Ritmo”; Nervosa – “Wake Up and Fight”; Domestic Junkies – “Daydreamer”; Nebulosa – “Sweet Vampire”; Nove zero Nove – “Cocaine”; Melyra – “Fantasy”; Dominatrix – “My new Gun”; Venus Wave – “No turning back”; Del Fuegos – “Don’t mess with my Rock and Roll”; Drenna – “Desconectar”; Panndora –  “Partners in crime”; The Dammnation – “Worlds curse”; Carbo – “Taste/Freedom”; Eskrota – “Eticamente questionável”; Frogslake – “Can i do it?”.

Quem seriam as integrantes da banda Rock Feminino dos sonhos?

Eu, Fe Schenker, Roberta Tesch, Drika Martins, Vivian Guilherme (que sabe muito bem que se morássemos próximas certamente teríamos banda).

Qual o melhor show que você já foi?

Que pergunta difíciiiiillllll!!!! Vou citar o Black Sabbath e os shows do Silverchair e do Bush porque eram sonhos! O do BS foi mais especial ainda porque fui com meu pai que curtiu muito e já não tá mais aqui.

E melhor show que você ainda não foi?

Ainda não fui em um show do Korn nem do Deftones.

Qual CD você esconde da galera da banda?

Hahahahaha esconder? Hmmm um cd de música de natal do Hanson conta? Nem sei se tem mais aqui esse cd hahahaha!

Qual CD ostenta para os fãs?

Tenho umas raridades aqui como uns singles do Silverchair, Helloween, Hammerfall, e uns cds de bandas independente que costumo colecionar!

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NO PALCO:

O melhor show que já fez?

A abertura do Arch Enemy no Circo Voador.

O pior show que já fez?

Um show em que metade dos nossos equipamentos queimaram porque nos informaram a voltagem errada do palco.

A música que tem mais orgulho de ter gravado/composto?

Que pergunta difícil!! Amo todo o nosso trabalho, mas “Catch me If You Can” e “Silence” são mais que especiais.

Qual música que decidiu esconder da galera da banda?

Acho que nenhuma hahahaha! Normalmente eu fico doida pra mostrar alguma letra nova já pra ver se a Fe tem alguma música pra ela, ou ao contrário a Fe fica doida pra me mostrar alguma coisa e ver se já tenho uma letra que se encaixe. Às vezes, surgem umas letras que eu guardo pro futuro, mas é porque escrevo muito então muitas vezes não rola uma letra completa, aí tem que esperar o Frankenstein acontecer hahahahaha!

Por quantas bandas já passou e qual sente mais saudade?

Toquei em poucas bandas, e sinto mais saudade do período do que das bandas em si. Foram muitos momentos bons que eu guardo com carinho. Tenho saudade da banda que nunca tivemos, serve? Hahahaha

Qual projeto musical gostaria de ter no futuro?

Eu gosto de projetos fora da caixa hahahaha, quem sabe uma banda de grunge? Ou algo instrumental? Não sei ainda, são tantas possibilidades!!

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NO BACKSTAGE:

Tinha poster do Silverchair na parede do meu quarto até 2012.

Quebrei um CD do Silverchair de tanto ouvir e o “Nine Lives” do Aerosmith!

Tenho vergonha de dizer mas já fiz um show mais alcoolizada do que o comum (nunca mais eu faço isso), toquei direitinho mas tava mais sorridente/feliz do que o normal hahahahah

Na banda eu sou a mais paciente e otimista. Sabe aquele meme do cachorro em uma sala pegando fogo dizendo tá de boas? Sou eu hahahaha

Minha camiseta da banda praticamente andava sozinha: Uma camiseta do Frogstomp que olha… Deve ter acabado hahahaha mas rolavam outras bandas com camisetas super velhas tipo umas blusas do Nightwish que eu tinha. Tenho uma blusa da Melyra também que tá beeeem cinza.

No catering do show não pode faltar empadinha, bolinha de queijo, coca, água (flores, toalhas, maquiadora hahahahaha brincadeira)

Já perdi muuuitas palhetas desde que comecei a tocar (porque eu dou as palhetas, pois raramente toco com elas), mas a que mais sinto falta é uma palheta que a Fê Schenker me deu e eu dei pra alguém que me pediu e agora tô sem (se liga aí Fê hahahaha)

Esqueci um pedaço da música “Catch me if you can” e tentei enrolar fazendo uma única nota que eu tinha certeza que a música tem hahahaha.

O que mais me arrependo é de não ter levado aulas de canto adiante.

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>> Na próxima semana a entrevistada é Luciana Lys, segunda voz na banda francesa Constellia.>>

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Vivian Guilherme

A autora é jornalista, mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), graduada em Letras e pós-graduada em jornalismo contemporâneo. Produtora musical e técnica em áudio profissional, foi eleita Personalidade Musical do Ano (2008 e 2011) pelo Prêmio GRC Music (extinto Prêmio Toddy de Música). É criadora do Festival Rock Feminino e webmaster do Rockfeminino.com.br.

One thought on “Nena Accioly: conheça a baixista da banda Melyra

  • Cris Goulart.

    Olhaaa só a Nena me surpreendendo positivamente como sempre.
    Eu acho ela uma excelente baixista da nova geração, nos dá antiga já estamos cansados mesmo rsrsrsrs, presença de palco totalmente diferenciada. Sou muito fã dela e do trabalho dela.

    Muitas coisas bacanas descobri sobre ela nessa entrevista. Parabéns.

    Nena vou te dar o CD de Natal dos Hansons eu tenho aqui!!!
    #MelyraForever

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